Por: Sandeep Ravindran*
Quando se pensa em nutrição infantil, o selênio não é necessariamente a primeira coisa que vem à mente. Mas já se sabe há mais de 50 anos que o selênio é um micronutriente crucial. Ele não pode ser sintetizado no corpo humano e é necessário para uma variedade de funções, incluindo a defesa do organismo, modulação de respostas inflamatórias e produção de hormônios da tireoide. Ele atua em conjunto com muitas proteínas e cerca de 25 genes que codificam essas “selenoproteínas” já foram identificadas em humanos. A deficiência de selenoproteína tem sido associada a um risco aumentado de doença cardiovascular e acidente vascular cerebral.
O selênio é particularmente importante para a saúde e o desenvolvimento infantil. Os bebês nascem com algumas reservas de selênio, mas elas são bem menores nos prematuros do que nos que nasceram a termo. Por isso, os prematuros correm risco de ficar com deficiência de selênio. A suplementação é particularmente importante para esses bebês. E, mesmo para bebês nascidos a termo, os estoques de selênio são rapidamente esgotados à medida que eles crescem, e as fontes alimentares de selênio se tornam cada vez mais importantes.
Bebês amamentados geralmente recebem selênio suficiente do leite humano, que normalmente contém concentrações mais altas do nutriente do que a fórmula baseada em leite de vaca não fortificado. A concentração de selênio no sangue de bebês amamentados geralmente aumenta desde o nascimento até a idade de 6 meses e depois permanece estável a longo prazo.
Entretanto, bebês alimentados com fórmulas não fortificadas apresentam níveis de selênio consistentemente mais baixos em comparação aos bebês amamentados, e seus níveis de selênio diminuem vários meses após o nascimento, sugerindo que sua ingestão de selênio pode ser baixa demais para sustentar seu rápido crescimento. Por isso, os pesquisadores passaram a recomendar que a fórmula infantil fosse suplementada com níveis de selênio semelhantes aos do leite humano.
Depois de considerar as evidências sobre a importância do selênio na nutrição infantil, em junho de 2015, a Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) acrescentou o mineral à lista de nutrientes necessários em fórmulas infantis e exigiu que eles contenham selênio em níveis entre 2,0 e 7,0. μg por 100 quilocalorias.
*Em SPLASH!®milk science update: edição de setembro de 2018