Consumo regular de iogurte melhora a imunidade

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Tem sido observado um interesse crescente no estudo das interrelações entre nutrição e imunidade. A crença de que o iogurte faz bem para a saúde atravessa os séculos. De acordo com a tradição Persa, Abraão atribuía a sua fecundidade e longevidade ao consumo regular de iogurte; no início dos anos 1500, o Rei Francis, da França, foi supostamente curado de uma doença debilitante após o consumo de iogurte. 

O iogurte é definido como um leite coagulado, sendo obtido por meio da fermentação ácido-lática, na presença de Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus. O ideal é que esses microrganismos permaneçam abundantes e viáveis no produto final. 

O interesse científico no estudo dos benefícios do consumo de iogurte  data do início do século XX. Os primeiros resultados de pesquisas indicaram que os microrganismos ácido-láticos responsáveis pela fermentação seriam antagonistas de espécies putrefadoras presentes nos intestinos, e, uma vez introduzidos no trato intestinal, previniriam o desenvolvimento dos microrganismos nocivos. Esta hipótese pararece ter sido confirmada pelo fato de que as populações que consomem iogurte regularmente apresentam maior expectativa de vida (ex: Bulgária). 

Estudos subsequentes, inclusive os mais recentes, dão suporte à teoria inicial de que o iogurte faz bem para a saúde, incluindo benefícios que vão desde a proteção contra enterites até melhorias nas respostas imunes e prevenção de câncer intestinal. O iogurte é ainda uma ótima fontes de cálcio, além de apresentar efeitos positivos na redução do colesterol.

Trabalhos mais recentes têm investigado os possíveis efeitos dos lactobacilos no sistema imune e sua habilidade de combater infecções. Um deles, desenvolvido no Departamento de Reumatologia, Alergia e Imunologia Clínica e no Departamento de Nutrição da Universidade da Califórnia, nos EUA, avaliou os efeitos de longo prazo do consumo de iogurte em duas populações de idades diferentes – adultos jovens (20 a 40 anos) e adultos sêniores (55 a 70 anos). Dentro de cada população, os indivíduos foram divididos em 3 grupos experimentais. No primeiro grupo, os participantes do estudo receberam 200g/dia de iogurte com culturas vivas de bactérias; no segundo, 200g/dia de iogurte pasteurizado; e no terceiro, não receberam qualquer tipo de iogurte (grupo controle). Foi coletado sangue de todos os indivíduos a cada 3 meses, durante 1 ano, para avaliação bioquímica completa, hemograma e produção de imunoglobulinas específicas (Ig)E e interferon (IFN-). 

O consumo de iogurte ocasionou uma redução nos sintomas alérgicos em ambos os grupos de idade, mostrando uma tendência de menor ocorrência de resfriados, tosse e coriza nos indivíduos que ingeriram o alimento, especialmente com culturas vivas.

Os indivíduos sêniores do grupo controle (sem iogurte) apresentaram um aumento no colesterol total e LDL, enquanto os grupos que receberam iogurte apresentaram níveis estáveis durante todo o curso do estudo. 

Segundo os autores, este e vários outros resultados de pesquisas mostram o papel dos produtos lácteos fermentados na modulação do sistema imune. Iogurtes com culturas vivas são alimentos com poder de estimular/modular a imunidade, podendo ser confortavelmente adicionados às dietas da maior parte da população. 

Fonte: 

Journal of Nutrition. 129: 1492S–1495S. 

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