Olha que interessante esta novíssima descoberta científica publicada no período The Lancet no dia 11 de setembro de 2018: tomar leite integral pode aumentar a expectativa de vida.
E estamos falando do leite mais gordo, muitas vezes substituído por nutricionistas pelo “low-fat”! O grupo de pesquisas que conduziu o estudo acompanhou durante nove anos a dieta e a saúde de 136 mil adultos de 21 países. Nenhuma das pessoas incluídas no estudo tinha histórico de doença cardiovascular.
O resultado: ao londo dos nove anos, cerca de 10.500 pessoas morreram ou tiveram um grave problema cardiovascular, como um ataques cardíacos ou derrames. Ao ver o detalhamento dessas pessoas estudadas, os cientistas descobriram que aquelas que consumiam mais de duas porções por dia de produtos lácteos tinham taxas de mortalidade total mais baixas (3,4% versus 5,6% em relação aos que não consumiam produtos lácteos), assim como taxas de mortalidade cardiovascular (0,9% versus 1,6%). Elas também tiveram menores taxas de doença cardiovascular (3,5% versus 4,9%) e acidente vascular cerebral (1,2% versus 2,9%).
E entre as pessoas que comiam apenas laticínios integrais, aqueles que consumiam cerca de três porções por dia tinham taxas de mortalidade mais baixas do que as pessoas que comiam menos de 0,5 porções por dia (3,3% versus 4,4%).
Não havia dados suficientes sobre pessoas comendo mais de três porções de laticínios por dia, o que significa que não era possível dizer como o consumo pesado afeta a saúde.
“Essa descoberta sugere que a difamação de laticínios integrais por conta de seu maior teor de gordura saturada — embora muitas pesquisas liguem a gordura saturada a doenças cardíacas — pode não capturar toda a realidade”, disse Mahshid Dehghan, pesquisadora de epidemiologia nutricional do Population Health Research Institute, no Canadá, que participou da pesquisa.
E mais: “Defender o consumo de um baixo teor de gordura é predominantemente baseado no pressuposto de que a gordura saturada aumenta o colesterol. Mas laticínios contêm muitos outros componentes saudáveis, como aminoácidos, vitamina K, cálcio, magnésio. Eles podem ser fermentados e têm probióticos. Não devemos nos concentrar em um único nutriente.”
Para Dehghan, o resultado confirma a importância do leite na alimentação. “Os produtos lácteos não devem ser desencorajados. Talvez devam ser inclusive encorajados especialmente em países de baixa e média renda, onde o consumo dele é baixo, ou entre indivíduos que consomem quantidades muito baixas de laticínios.”